Inquérito pede prisão preventiva de quatro militares


RIO DE JANEIRO - O encarregado do Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado no Comando Militar do Leste (CML) para apurar as circunstâncias que resultaram na morte de três jovens do Morro da Providência protocolou um documento junto ao Ministério Público Militar, em Brasília, pedindo a prisão preventiva de quatro dos 11 militares do Exército que participaram da prisão dos rapazes.

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O presidente do IPM, capitão Peçanha, pede a prisão preventiva do 2º tenente Vinícius Ghidetti de Moraes Andrade, do 3º sargento Leandro Maia Bueno e dos soldados José Ricardo Rodrigues de Araújo e Fabiano Elói dos Santos. A promotora da Justiça Militar Evelize Covas Vale analisou o documento e opinou favoravelmente pela prisão preventiva dos quatro militares.

O caso foi encaminhado ao juiz auditor da Justiça Militar, Eduardo Franca, que deverá se pronunciar sobre o pedido de prisão preventiva nas próximas horas.

Os 11 militares já estão com a prisão temporária decretada por dez dias pela Justiça Estadual do Rio. O pedido foi feito pelo delegado Ricardo Dominguez, encarregado do inquérito na área policial.

Desocupação

No início da noite desta quarta-feira, a juíza da 18ª Vara Federal, Regina Coeli de Medeiros de Carvalho Peixoto, decidiu pela retirada imediata das tropas do Exército do Morro da Providência, na área central do Rio de Janeiro.

Pela decisão, ela mantém o corpo técnico militar que atua nas obras do Projeto Cimento Social, mas decidiu que a proteção aos equipamentos e funcionários seja feita pela Força de Segurança Nacional (FSN).

A Advocacia Geral da União (AGU) informou que tão logo seja acionada pelo Ministério da Defesa vai recorrer da decisão da juíza. Até o momento, porém, o Ministério da Defesa não foi notificado da decisão da Justiça.

"Ato insano"


Nesta quarta, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a morte dos três jovens na cidade do Rio de Janeiro, foi um “ato insano”.

Antes da decisão judicial, Lula não havia descartado a hipótese do Exército desocupar a comunidade, porém afirmou que teria cautela na decisão.

“Se for necessário, sai. Mas isto nós vamos discutir com calma. Temos que ser cautelosos, não é por causa de um erro gravíssimo e abominável que temos que tomar medidas precipitadas”.

Jobim, visitou, na terça-feira o Morro da Providência e evitou falar sobre eventual retirada. O ministro enfatizou no entanto que as obras do PAC têm que continuar e disse que o Exército não deixaria o local imediatamente.

O caso



Policiais do Exército e moradores em confronto
Marcos Paulo da Silva, de 17 anos, Wellington Gonzaga Costa, 19, e David Wilson Florença da Silva, 24, moradores do Morro da Providência, na Zona Portuária do Rio, teriam sido entregues no último sábado e mortos, menos de 12 horas depois, por traficantes do Morro da Mineira, no Catumbi.

Em depoimento ao titular da 4ª Delegacia de Polícia, delegado Ricardo Dominguez, alguns dos suspeitos teriam confessado o crime. Os jovens foram detidos pelos militares às 7h30 do sábado, quando voltavam de táxi de um baile funk, por desacato. Porém, o comandante da tropa determinou que eles fossem liberados após serem ouvidos.

Testemunhas afirmam que os rapazes ficaram sob o poder dos militares até as 11h30 e depois foram entregues a traficantes de uma facção rival a do Morro da Providência, onde os rapazes moravam, no Morro da Mineira, onde foram executados. Há denúncias de que as vítimas teriam sido vendidas por R$ 60 mil.

Na segunda-feira, após o enterro dos três jovens, moradores do Morro da Providência protestaram em frente à sede do Comando Militar do Leste (CML). Durante a manifestação, policiais do Exército entraram em confronto com os moradores, atirando bombas de efeito moral.

(com informações da Agência Brasil)



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